vendredi 16 mai 2008

La ministre Marina Silva jette l'éponge

Constatação da falta de apoio político do Presidente leva Ministra à demissão

Comentário do editor do Observatorio do Agronegocio, Mauricio Galinkin: 


A ministra do Meio Ambiente, senadora Marina Silva, entregou seu pedido de demissão "irrevogável" ontem, depois de avaliar que o presidente da República não mais a apoiava como antes.


O que leva uma pessoa com traquejo político, como a senadora, a avaliar que o desgaste passou dos limites, que já é hora de sair, depois de cinco anos à frente da pasta ganhando nas propostas e projetos sem maior interesse do agronegócio e oligarquias regionais, como as grandes áreas protegidas na Amazônia, mas perdendo em todas as disputas em que estavam em jogo questões relevantes para as citadas forças econômicas e políticas?


Ao que tudo indica, a "gota d'água" foi a entrega pelo presidente da República da coordenação do Programa Amazônia Sustentável a outro ministro, sem avisá-la previamente.


Ela que só tinha olhos para a Amazônia, que é senadora pela região, só então passou a perceber - suponho eu - que apenas servia de fachada ambiental, nacional e internacionalmente, para o governo mostrar que dava importância à questão ambiental. Outros poderiam pensar que se tratou apenas de uma disputa, mais uma, de poder, por recursos a serem aplicados e que poderiam render dividendos políticos. Isso não combina com a história e Marina: eu fico com a primeira hipótese.


Em sua carta de demissão, a ministra faz um balanço das conquistas e realizações em sua gestão. Rever o que conseguiu faz bem para o ego, ainda que normal, simples, sem dimensões imensas como usual em muitos políticos.


Mas certamente deve ter feito, para seu uso, uma lista das várias derrotas, algumas importantes e fundamentais como a questão dos transgênicos, e uma avaliação de como sua relação política com o Presidente foi se desgastando, ao longo dos cinco anos, a cada disputa interna - em que sempre manteve o mais alto grau de lealdade com seu amigo Presidente e com o governo que ele chefia, enquanto seus colegas usavam a imprensa e os grupos de pressão para ganhar as disputas.


Se o desgaste valeu ou não a pena, só o tempo poderá dizer. Se conseguirá recuperar sua imagem desgastada junto ao movimento socioambiental, é questão a ser enfrentada. Se continuará a ter futuro político, sem que o governo e seu partido aja para minar suas bases (como foi feito com o ex-deputado Gilney Viana, do Mato Grosso), é agora uma questão crucial para a senadora Marina Silva.

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