Forum Social Mondial de Belem

In O Liberal, Belém BR, le 13.11.08

Participação indígena será a maior de todas as edições do FSM

O FSM 2009 terá a maior participação indígena da história dos Fóruns já realizados. Segundo Aldalice Otterloo, membro do Grupo de Facilitação do FSM 2009 e diretora da Associação Brasileira de ONGs (Abong), não serão apenas índios da Amazônia, mas cerca de três mil indígenas e integrantes de populações tradicionais originárias de todos os continentes do mundo. Para preparar as lideranças indígenas da região, será realizado hoje e amanhã em Belém o Encontro das Organizações Indígenas do Pará, um evento preparatório com a participação de 14 lideranças indígenas que vão conhecer os detalhes do FSM. O Encontro acontecerá de 8 às 18 horas, no auditório da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

As lideranças Jurunas, Xavante, Kurwai, Arapiuns, Mundurukus, Tembés, Way-Way, Assurini, Gavião, Kaiapó e Xicrin estarão representadas no encontro. Elas serão multiplicadoras das informações para os mais de 300 índios paraenses que participarão do FSM. 'Essa ampliação foi decidida em setembro passado em na nossa reunião de Copenhaguen, quando foi assumido o compromisso com a ampliação qualitativa e quantitativa da participação de povos e nações indígenas e quilombolas, para fortalecer as propstas de políticas de atenção e proteção a essas nações. Essa temática foi reforçada pelo fato do FSM deste ano ter sido trazido aqui para a Amazônia, e essas populações estarem também ligadas às questão ambiental', ressalta Aldalice.

Aldalice explica que outro ponto alto da programação do FSM 2009 será a discussão sobre as formas de produção e modelos energéticos. Ela diz que o anúncio pela ministra Dilma Rousseff, na semana passada, da licitação da hedrelétrica de Belo Monte, no Oeste do Pará, que entrou no pacote do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foi recebido com muitas ressalvas pelas organizações ambientalistas, pelo fato de Tucuruí até hoje possuir demandas ambientais e sociais não resolvidas. 'Na nossa visão, enquanto não se tiver a solução definitiva para as populações atingidas pela barragem de Tucuruí, não é possível pensar uma nova usina hidrelétrica que vai causar todos os impactos que os estudos apontam em Belo Monte. Não temos como acreditar que dessa vez será diferente enquanto não se levar a sério as soluções para Tucuruí', diz, enfática, sobre a possível construção da hedrelétrica.