Date: Thu, 20 Dec 2007 08:52:00 -0300
> >
> *Nota sobre a decisão do STF e o estado de saúde de Dom Luiz *
>
> Hoje, pouco depois de tomar conhecimento do resultado do julgamento pelo
> STF de ações contra a transposição de águas do Rio São Francisco, Dom
> Luiz Cappio externou que não estava bem e sentia ?um desalento muito
> grande?. Em seguida, por volta das 14 hs, deixou a reunião em que esta
> nota era preparada e, ao se dirigir para seu quarto na Capela de São
> Francisco teve um desmaio.
>
> De fato, ele alimentava esperanças de que a Justiça prevalecesse
> finalmente. Classificou o Supremo Tribunal Federal como ?o último
> refúgio da cidadania?, lamentando que também este tenha se curvado à
> pressão dos fortes. Comentou que se repetia o mesmo acontecido no ano
> passado: uma decisão tão importante como essa, sobre o maior, mais caro,
> polêmico e conflitivo projeto do Brasil atual, foi tomada no último dia
> do ano de exercício do Judiciário, com ausência de membros e num
> comportamento que não considerou o mérito das inúmeras questões sociais,
> econômicas e ambientais levantadas, antes fez vista grossa ao oceano de
> ilegalidades cometidas, apegado a formalidades vazias. Tudo apenas para
> justificar uma obra falaciosa da qual, se for concretizada, o País
> futuramente irá se arrepender.
>
> D. Luiz voltou à consciência, mas era mais lenta que o esperado a
> recuperação do seu quadro geral. Diante disso e do risco de possíveis
> seqüelas, seu médio Dr. Frei Klaus Finkam, em consonância com seus
> familiares e representantes dos movimentos sociais, decidiu removê-lo
> para o hospital. E às 18,40 hs, após ter recebido aplicação de soro por
> via indovenosa, ele foi levado em ambulância para o Hospital Memorial,
> em Petrolina-PE. As últimas notícias são de que ele passa bem, sem
> riscos maiores de vida.
>
> Não é verdade que ele tenha encerrado seu jejum. Sobre isso ele mesmo
> vai dizer, quando tiver recuperado suficientes forças.
>
> Enquanto isso, por seu lado, o Governo Federal, sobre o respaldo que lhe
> deu o STF, comunicou que estão fechadas as negociações que mal haviam se
> iniciado.
>
> Sobradinho-BA / Petrolina-PE, 19 de dezembro de 2007.
>
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> São Francisco Vivo: Terra, Água, Rio e Povo!
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samedi 22 décembre 2007
Situation désespérée
Libellés : Alerte, Version en Portugais
mercredi 12 décembre 2007
lettre de l'évêque Dom Luiz à la population du Nordeste brésilien
Historique de la campagne contre le détournement du fleuve Sao Francisco
grève de la faim contre le détournement du fleuve Sao Francisco
lettre de soutien à envoyer au président Lula
lettre de l'évêque Dom Luis au président Lula
PAZ E BEM! Senhor Presidente, No dia 6/10/05, em Cabrobó-PE, assumimos juntos um compromisso: o de suspender o processo de Transposição de Águas do Rio São Francisco e iniciar um amplo diálogo, governo e sociedade civil brasileira, na busca de alternativas para o desenvolvimento sustentável para todo o semi-árido. Diante disso, suspendi o jejum e acreditei no pacto e no entendimento. Dois anos se passaram, o diálogo foi apenas iniciado e logo interrompido. Já existem propostas concretas para garantir o abastecimento de água para toda a população do semi-árido: as Ações previstas no Atlas do Nordeste apresentadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e as ações desenvolvidas pela Articulação do Semi-Árido (ASA). No dia 22 de fevereiro de 2007 protocolei no Palácio do Planalto documento solicitando a reabertura e continuidade do diálogo e que fosse verdadeiro, transparente e participativo. Sua resposta foi o início das obras de transposição pelo exército brasileiro. O senhor não cumpriu sua palavra. O senhor não honrou nosso compromisso. Enganou a mim e a toda a sociedade brasileira. Uma nação só se constrói com um povo que seja sério, a partir de seus dirigentes. A dignidade e a honradez são requisitos indispensáveis para a cidadania. Portanto, retomo o meu jejum e oração. E só será suspenso com a retirada do exército das obras do eixo norte e do eixo leste e o arquivamento definitivo do Projeto de Transposição de águas do Rio São Francisco. Não existe outra alternativa. Acredito que as forças interessadas no projeto usarão de todos os meios para desmoralizar nossa luta e confundir a opinião pública. Mas quando Jesus se dispôs a doar a vida, não teve medo da cruz. Aceitou ser crucificado, pois este seria o preço a ser pago. A vida do rio e do seu povo ou a morte de um cidadão brasileiro. “Quando a razão se extingue, a loucura é o caminho.”Carta de acordo
Paz e Bem!
Libellés : Version en Portugais
lundi 3 décembre 2007
Le soja dévastateur
LE SOJA : dévastateur sur les lieux de production, problématique chez nous.
L’association ARUANA est née pour appuyer la lutte pour leur survie des peuples indigènes qui vivent le long du fleuve Araguaia (centre du Brésil au sud de l’Amazonie).
Le gouvernement de Fernando Enrique Cardoso avait projeté de développer une région de 2 millions de km2 (l’Europe de l’Ouest) appelée le Cerrado (savane arborée) encore en grande partie intacte. Cette région est d’une grande richesse écologique, particulièrement en espèces de plantes médicinales. Sa biodiversité égale celle de l’Amazonie bien que les données pour ces deux régions ne soient pas encore complètes. La constitution protège l’Amazonie (eh oui !) mais pas le Cerrado qui, outre sa surface disponible, se trouve proche de la capitale Brasilia.
Afin de payer des dettes anciennes et nouvelles, de développer le pays et de céder aux sirènes des milieux économiques, il était prévu de mettre en œuvre un projet appelé « Avance Brésil » comportant le développement d’infrastructures lourdes (voies navigables, barrages, routes) et de l’agriculture industrielle tournée vers l’exportation. Ce projet a été concocté dans les milieux décisionnels sans aucune concertation avec la population locale et le gouvernement Lula l’a mis en place.
A partir de l’état du Mato Grosso, 5 voies navigables doivent être construites. L’une d’entre elles, le rio Madeira, existe déjà et comme les autres a pour fonction dominante de transporter le soja, nouvelle culture qui s’étend rapidement et remplace l’élevage et les productions traditionnelles (céréales, tournesol). Le front agricole[1] avance, lui, à toute vitesse en direction de l’Amazonie.
Or, dans cette région vivent encore des peuples indigènes aux effectifs déjà très réduits. Le long du fleuve Araguaia (affluent du Tocantins) vivent plus de 20 peuples mais leur nombre ne dépasse pas 20.000 personnes. Lorsque ce fleuve sera transformé en voie navigable et en une chaîne de barrages, il ne leur restera plus que leurs yeux pur pleurer. Peuples pêcheurs, non chasseurs, non agriculteurs, autochtones des lieux depuis des millénaires (attesté par les recherches archéologiques), ils ne pourront pas survivre sans leur source d’alimentation que constituent les poissons, abondants dans ces eaux très riches.
Ces peuples disparaîtront parce que le Brésil exporte du soja. En même temps ce sont les savanes arborées du Cerrado qui disparaissent et avec elles leur grande richesse en plantes médicinales dont on n’a pas encore l’inventaire complet. Le climat local se modifie, l’hydrologie de la région également. Or le Cerrado est le château d’eau de la capitale mais aussi du Pantanal, la plus grande zone humide du monde ! Et ses conditions pédologiques qui ne permettent pas un usage intensif des terres, promettent une érosion du sol catastrophique qui a déjà commencé. On estime à 10 kg de sol fertile perdus pour un kg de grains produits. Il y a déjà dix ans, on mesurait 1700 tonnes de sédiments transportés par un seul cours d’eau en direction du Pantanal avec pour conséquence le rehaussement du lit de cette rivière et une inondation permanente des terres (exploitations agricoles) alentours.
60% du soja produit actuellement au Brésil est exporté vers l’Europe, principalement via Rotterdam mais aussi Liverpool et Honfleur.
Dans le Cerrado au moins 1 million de km2 doit être cultivé en soja. Avec l’irrigation et l’utilisation de pesticides à haute dose que cela entraîne. Et la désertification à moyen terme de terres biologiquement et culturellement riches. Peuples indigènes et nature sont sacrifiés. La culture du soja progresse rapidement vers l’Amazonie et on peut s’attendre à une expansion rapide car des accords ont été conclu avec les USA pour transformer le soja en agrocarburant !
A quoi cela sert-il ?
La réponse, vous la connaissez peut-être. Vous avez remarqué qu’on utilise du soja partout à l’heure actuelle (médicaments, cosmétiques, nourriture (voir les plaques de chocolat toutes avec de la lécithine de soja), élevage, etc.). Le soja remplace les plantes qui étaient utilisées traditionnellement en Europe. Non parce qu’il contient de meilleurs éléments nutritifs ou sanitaires. Simplement parce qu’il est moins cher. Pourquoi est-il moins cher ? Parce que le prix de la terre et le coût de la main d’œuvre sont extrêmement intéressants au Brésil ! En plus les voies navigables seront payées par le contribuable. L’opération est une excellente manière de gagner beaucoup d’argent rapidement. Elle est d’une rentabilité haute. Il n’est dès lors pas étonnant de voir quelques noms connus de l’agroalimentaire et de la navigation intéressés par le développement du soja. Et le roi du soja brésilien s’est faire élire gouverneur de l’état du Mato Grosso, l’un des plus grands, celui qui a le plus fort taux de déforestation et celui d’où doivent partir les cinq voies navigables… Il faut savoir que le cours du soja est fixé à la bourse de Chicago. En fonction des intérêts des investisseurs et autres spéculateurs, le taaux de déforestation s’accroît ou ralentit !
Sur les lieux de plantation, cette production en monoculture aura les effets décrits plus haut. Dans les pays de réception, cette importation empêche les exploitants agricoles de fournir les plantes remplissant le même usage et dont l’intérêt nutritionnel est meilleur. Aux deux bouts de cette chaîne, les populations concernées sont perdantes.
Et les consommateurs ?
Ils n’ont guère le choix ! Comment peuvent-ils d’une part connaître l’historique (la traçabilité) du soja contenu dans divers produits ou dans la viande animale et d’autre part les produits agrotoxiques qui l’accompagnent ? Comment peuvent-ils savoir que ce produit vient d’une monoculture gourmande en eau ? Qu’il détruit un énorme potentiel phytothérapique ? Qu’il est un produit d’investissement financier ? Et qu’il est favorisé par les banques japonaises, les sociétés agroalimentaires (Monsanto, Bunge, Cargill et la française Louis-Dreyfuss) ?
AGISSONS ! Adhérez à l’association ARUANA et devenez membre actif
[1] Expression brésilienne pour indiquer l’avancée de l’agriculture intensive dans les régions encore peu exploitées et notamment en direction de l’Amazonie.
Libellés : Menaces
l'Association Aruana
Libellés : L'Association
Comment nous aider
Libellés : Comment nous aider
dimanche 2 décembre 2007
Carte du Centre du Brésil
sur la carte, en encadré, vous voyez le territoire du peuple Karaja, le long du fleuve Araguaia. Le peuple Mundurucu réside le long du fleuve Tapajos. Les grands familles ethniques figurent également sur la carte. Les Karaja appartiennent au groupe Gé et les Mundurucu au groupe Tupi.
Libellés : Cartes
jeudi 29 novembre 2007
lundi 26 novembre 2007
la légende du dauphin (boto en portugais)
Les femmes du village allaient toujours ensemble à la rivière et le soir elles ne s'intéressaient plus à leur mari qui s'en sont inquiétés et ont cherché à en connaître la raison. En fait, elles allaient à la rivière, appelaient le caïman qui sortait de l'eau et leur apportait plein de poissons. Elles le préparaient avec de nombreux fruits de la forêt. Ensuite le caïman s'étendait pour faire la sieste en s'appuyant sur les femmes. Puis il faisait l'amour avec chacune d'elles. Bien sûr, hors de l'eau, le caïman devenait un bel homme.
Le cacique (chef de village), inquiet, demanda à un enfant d'aller suivre sa mère pour voir ce qu'il se passait. Comme elle refusait de l'emmener, il lui dit : "si je ne peux pas venir avec toi, je te tuerai avec mon arc". Elle a donc accepté del'emmener et il a tout vu mais elle lui a fait promettre de ne rien dire. Il a promis. Mais son oncle lui a demandé de raconter et de venir le raconter près de la case Aruana (maison des hommes au-dessus de dix ans). Son père ne voulait pas car l'enfant était trop jeune. Le garçon l'a à son tour menacé de le tuer. Il a donc accepté à condition qu'il reste devant la case. Et le garçon a raconté.
Les hommes décidèrent d'éliminer le caïman. Ils ont rusé. Le garçonnet a imité le cri des femmes pour appeler le caïman. Il est venu. Comme dans le temps hommes et femmes avaient les cheveux longs, le caïman ne fit pas de difficulté. Ils mangèrent poissons et fruits. Puis le caïman s'endormit sur les hommes qui l'ont tué. Ils ont fait manger sa chair par les femmes. Elles furent furieuses en l'apprenant et commencèrent à lutter avec les hommes. Les hommes avec la pointe des flèches retournées, les femmes avec les pointes en avant. Beaucoup d'hommes sont morts et les femmes sont parties en annonçant qu'elles quittaient les hommes pour devenir dauphins. Depuis ce jour, les hommes ne tuent ni ne mangent les dauphins.
Mythe recueilli auprès de Luis Macuaré Karaja du village Tytema en mars 1999.
Libellés : Contes
Tribos Guarani
Guarani - Povo de língua da família Tupi-Guarani. Na época da chegada dos europeus, viviam nas regiões entre os rios Uruguai, Iguaçu e Paraná, a leste do rio Paraná (atualmente sul de Mato Grosso do Sul; oeste de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; Paraguai; norte da Argentina e Uruguai). Nos séculos XVII e XVIII, grande parte desses territórios era de domínio espanhol onde foram instaladas missões de jesuítas ligadas a província espanhola da Companhia de Jesus. Os jesuítas estudaram e documentaram fartamente a língua Guarani desde 1625. Nessas missões, de economia marcadamente coletivista, os Guarani atingiram alto grau de desenvolvimento e domínio de técnicas européias, mas tornaram-se presas fáceis para os bandeirantes paulistas e, posteriormente, fazendeiros paraguaios. Após a destruição das missões, os índios que não foram capturados fugiram para as matas e juntaram-se a grupos que haviam permanecido independentes. Dirigiram-se também para o Paraguai, onde o Guarani Paraguaio é falado hoje por cerca de 3 milhões de pessoas; para a Bolívia, onde o Guarani Boliviano (ou Chiriguano) é falado por cerca de 50 mil pessoas; e para o norte da Argentina. Dos índios capturados, alguns foram levados como escravos pelos bandeirantes e outros foram empregados, como mão-de-obra escrava ou quase, pelos fazendeiros que iniciaram a ocupação destas terras com a extração de erva-mate. (Foto:Grupo Nhãmandu Mirim)
Libellés : Version en Portugais
lundi 15 octobre 2007
Défense des indiens isolés
BRAZIL: Pérou - Brésil : des Indiens isolés fuient le boom de "l'or rouge" 2 Aou 2007
Un représentant du gouvernement brésilien et un spécialiste des Indiens isolés ont annoncé qu'un important groupe d'Indiens isolés s'était réfugié dans un village reculé d'Amazonie, près de la frontière entre le Pérou et le Brésil.
On pense que les Indiens ont fui vers le Brésil en raison de l'arrivée illégale au Pérou de nombreux bûcherons à la recherche de mahogany, un bois d’acajou rare surnommé "l'or rouge". Les bûcherons, qui détruisent les territoires des Indiens, les forcent à trouver refuge ailleurs, les exposant ainsi à des contacts dangereux avec les étrangers.
Les Indiens isolés ont soudainement fait irruption dans le village de Bananeira et y sont restés un jour et une nuit. Un autre groupe plus restreint a également été repéré à Liberdade, une village voisin.
José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, responsable du poste de la Funai (Fondation nationale de l’Indien) proche de la frontière péruvienne a alerté les autorités brésiliennes : "Nous sommes au bord du désastre. L'exploitation forestière illégale dans les zones protégées au Pérou qui repousse les Indiens isolés vers le Brésil, risque de créer des conflits et de les amener vers des lieux inconnus d’eux".
Le Pérou recèle certaines des dernières réserves mondiales d’acajou qui sont situées dans des zones habitées par quelques-uns des derniers peuples isolés de la planète. N’étant pas immunisés contre les maladies nouvelles, ces groupes sont particulièrement vulnérables à toute forme de contact avec l’extérieur.
Stephen Corry, directeur de Survival International, a déclaré aujourd’hui : « Après la ruée vers "l'or noir", vient la ruée vers "l'or rouge". Le gouvernement péruvien doit prendre des mesures d’urgence et interdire l'exploitation forestière sur le territoire des Indiens isolés. S'il ne le fait pas, il est fort probable qu’ils soient le premier peuple à disparaître au XXIème".
Pour plus d’informations
Magali Rubino 00 33 (0)1 42 41 44 10
magali@survivalfrance.org
samedi 13 octobre 2007
Lettre de rentrée SEPTEMBRE 2007
Libellés : L'Association
vendredi 12 octobre 2007
La prolifération du soja au Brésil
Voyez les méfaits de l'agriculture intensive du soja au Brésil
extrait du documentaire de Maurice Dubroca pour France 5 dans le cadre de la série Jangal. Voir le lien internet ci-contreLibellés : Nature/Ecosystème, Vidéos
Mythe de l'origine du peuple karaja
" En ce temps-là les Karaja vivaient au fond du grand fleuve (Araguaia). Un homme venait d'être père; il lui fallait manger du miel. Il partit en chercher. Il entendit alors le cri de la seriema.
Il alla dans sa direction. Alors il vit un trou et sortit. Dehors, il découvrit un monde immense avec de grandes plages et de nombreux arbres. Il mangea du miel et des fruits délicieux. Il en rapporta pour sa famille qui l'attendait inquiète de ne pas le voir revenir. Tout le monde goûta de ces fruits et décida d'aller dans cet autre monde. Wobedu sortit le premier avec sa famille. Kaboi fut le dernier mais resta bloqué dans le trou à cause de son gros ventre. Il ne pouvait pas sortir. Alors il regarda autour de lui et vit des arbres morts, du bois sec. Il dit à ses proches : "ce monde n'est pas bon, il y a la mort; retournons chez nous". Une partie de notre peuple est donc restée au fond des eaux. Ils nous appellent les habitants du dehors.
"Le même mythe me fut conté dans l'aldéia Tytema par Luis Macuaré Karaja avec de légères variantes. Il tenait sa version de ses parents. C'est une vieille femme sage,Raradjutseu, et non Kaboi qui vit les arbres morts et recommanda de ne pas s'installer sur terre. Elle y retourna tout de suite en annonçant que ceux qui voudraient revenir plus tard trouveraient la porte fermée, et c'est ce qui s'est passé. Dans la variante, le cacique s'appelle Wohubedo. En allant chercher du miel à l'occasion de la naissance de son premier enfant, il a oublié de faire une prière pour demander chance et protection contre les autres animaux et demander pardon pour les animaux qu'il serait amené à tuer. Du coup il a perdu son chemin. Il a entendu le chant de la siriema et l'a suivi. Il est sorti du fleuve et s'est mis à chercher les abeilles. Dasn son monde sub-aquatique, elles étaient par terre. Les abeilles l'ont entendu et l'ont appelé. Devant le cacique se tenait une jeune femme qui lui expliqua qu'elle fournissait le miel. Elle l'accompagna chez lui avec du miel et quatre sortes de fruits sauvages. Il réunit la communauté pour leur expliquer et obtenir leur consentement pour migrer dans ce nouveau pays où ils ont connu des luttes et la mort mais ils ont aussi inventé des fêtes et des rites établis par essais successifs. Le feu leur a été donné par la poule d'eau, les plantes par la grande étoile du ciel pour l'abattis (manioc, canne à sucre, courge, banane, maÏs, patate) car avant il n'y avait pas ces plantes sur terre.
Ce mythe est exposé par Nathalie Petesch dans sa thèse sur les Karaja (1999). Elle le commente ainsi :"Au commencement du monde, les Karaja vivaient donc dans les profondeurs du grand fleuve Araguaia, jusqu'au jour où ces Inà aquatiques découvrirent le passage menant à la surface de la terre. Emerceillés par la beauté et l'abondance de cette dernière, la plupart de ces bero hati mahadu (fleuve-fond-habitants) décidèrent de mener désormais une existence terrestre et devinrent des Inà tyhy, Karaja véritables, ou bede mahadu (terre-habitants). Seuls Kaboi et les siens constatèrent, sans le vouloir, que les Karaja avaient, ce faisant, troqué l'immortalité contre l'espace et l'abondance. Ils perpétuèrent ainsi l'existence des Inà aquatiques, alors que leurs frères terrestres étaient devenus mortels. Durant quelque temps, les Karaja de la terre vécurent en compagnie de diverses entités surnaturelles et héros transformateurs, qui leur donnèrent les moyens d'exploiter leur nouveau territoire (acquisition de la lumière, des plantes cultivées, de la pirogue, des outils agricoles, du feu, ainsi que de divers mythes l'illustreront ci-après). Mais le manque de respect montré à l'égard des bienfaiteurs (demande d'un plat d'excréments et refus de le consommer) entraîna la séparation entre le niveau terrestre et le niveau céleste, où s'installèrent de façon définitive les biu mahadu (pluie-habitants) parmi lesquels le principal héros mythique Kanaxiwe et le "grand chamane" Xibure.
Le thème d'une existence initiale bienheureuse entre les humains terrestres et les futurs êtres célestes, rompue par une faute humaine entraînant l'obligation pour les hommes de travailler pour survivre, est récurrent dans la mythologie des basses terres d'Amérique du Sud. Mais souvent, comme chez les Bororo et certains groupes tupi, la rupture est due à une faute féminine.
Libellés : Contes